Pesquisadores sul-coreanos criaram uma roupa robótica ultraleve que imita os movimentos naturais do corpo humano e ajuda pessoas com doenças musculares a recuperarem mobilidade e independência.
👕 Uma equipe de cientistas do Instituto Coreano de Máquinas e Materiais (KIMM) desenvolveu uma roupa robótica inovadora que pode ser vestida como uma peça de roupa comum — mas que esconde em seu interior uma rede de “músculos artificiais” feitos de ligas com memória de forma.
Essas fibras ultrafinas, com apenas 25 micrômetros de espessura (mais finas que um fio de cabelo), são capazes de gerar força suficiente para levantar entre 10 e 15 quilos, mesmo pesando apenas 10 gramas.
O resultado é uma tecnologia flexível, leve e incrivelmente eficiente, projetada para ajudar pessoas com doenças neuromusculares, como a distrofia muscular de Duchenne, que afeta progressivamente os músculos e limita a capacidade de realizar tarefas básicas do dia a dia.
💪 Como funciona
A roupa inteligente utiliza fios metálicos com memória de forma, que se contraem quando aquecidos eletricamente — simulando o funcionamento dos músculos humanos.
Esses fios são produzidos em teares automatizados, permitindo a fabricação contínua e estável de “músculos têxteis” de alta qualidade.
O sistema cobre ombros, cotovelos e cintura, reduzindo o esforço muscular em até 40% durante tarefas repetitivas.
Diferente de exoesqueletos tradicionais, que dependem de motores ou sistemas pneumáticos pesados, a nova tecnologia é silenciosa, flexível e confortável, adaptando-se naturalmente ao corpo.
🧠 Resultados clínicos
Nos testes realizados no Hospital Nacional da Universidade de Seul (SNUH) com pacientes de distrofia muscular, o uso da roupa robótica melhorou a amplitude de movimento dos ombros em mais de 57%, segundo resultados publicados na revista IEEE Transactions on Neural Systems and Rehabilitation Engineering.
Os pacientes relataram maior conforto, menor fadiga e maior independência em atividades diárias, como comer, escovar os dentes e vestir-se.
🌍 Aplicações futuras
Além da reabilitação médica, a tecnologia tem potencial industrial — pode ser usada por trabalhadores em logística, construção civil e fábricas, reduzindo o desgaste físico e aumentando a produtividade.
Graças ao design leve (menos de 2 kg) e à produção contínua de músculos têxteis, o sistema está próximo da comercialização em larga escala.
Os pesquisadores planejam lançar os primeiros modelos no mercado nos próximos anos, consolidando a Coreia do Sul como líder global em robótica vestível e biomecânica inteligente.
