Pesquisadores da Universidade do Texas desenvolveram um computador neuromórfico — um chip que imita o funcionamento do cérebro humano e pode tornar a inteligência artificial móvel mais eficiente e independente da nuvem.
🧠 Engenheiros da Universidade do Texas em Dallas criaram um protótipo de computador neuromórfico — um sistema que aprende e pensa de forma semelhante ao cérebro humano.
O avanço promete revolucionar a IA embarcada em smartphones e dispositivos portáteis, tornando-os capazes de aprender sozinhos e operar com consumo mínimo de energia.
💡 O que é um computador neuromórfico
Ao contrário dos chips tradicionais, que separam memória e processamento, os sistemas neuromórficos unem as duas funções, imitando o modo como neurônios e sinapses trabalham no cérebro.
Isso permite que o dispositivo reconheça padrões, faça previsões e aprenda continuamente, sem precisar de imensos volumes de dados nem de servidores externos.
O projeto, liderado pelo Dr. Joseph Friedman, mostra como a IA pode evoluir para ser mais próxima da biologia:
“Nosso trabalho demonstra um novo caminho para a criação de computadores inspirados no cérebro, capazes de aprender sozinhos e operar com eficiência energética inédita.”
🧠 Como funciona a tecnologia
O coração do novo sistema são os magnetoresistores de túnel (MTJ) — nanodispositivos formados por duas camadas magnéticas separadas por um isolante.
Quando passam sinais elétricos, essas conexões artificiais mudam sua condutividade: algumas se fortalecem, outras se enfraquecem — exatamente como os sinais sinápticos no cérebro humano.
Esse princípio segue a famosa regra de Donald Hebb, um dos fundadores da neuropsicologia:
“Neurônios que disparam juntos, conectam-se juntos.”
Assim, o computador ajusta automaticamente suas ligações internas conforme aprende — um processo chamado autoaprendizado sináptico.
⚙️ Aplicações e impacto
A eficiência energética dos chips neuromórficos abre caminho para IA local em dispositivos móveis:
📱 Smartphones que aprendem com o usuário sem enviar dados para a nuvem.
⌚ Dispositivos vestíveis capazes de interpretar sinais biológicos em tempo real.
🚗 Veículos inteligentes que tomam decisões de forma autônoma e ultrarrápida.
Como o sistema consome frações da energia dos chips atuais de IA, ele também pode reduzir a pegada de carbono dos data centers e o custo de processamento global.
🌐 Próximos passos
Os pesquisadores planejam ampliar o protótipo para lidar com tarefas mais complexas e demonstrar processamento em tempo real.
Uma versão mais robusta poderá substituir processadores convencionais em celulares e wearables, tornando a IA mais rápida, privada e sustentável.
“Nossa meta é levar o aprendizado biológico para o silício — para que a IA pense e evolua da mesma forma que o cérebro humano”, destacou Friedman.