A nova IA C2S-Scale 27B da Google DeepMind, criada em parceria com a Universidade de Yale, descobriu um mecanismo biológico que pode tornar certos tipos de câncer visíveis ao sistema imunológico — um passo inédito rumo a novas terapias combinadas.
🧬 Pesquisadores da Google DeepMind e da Universidade de Yale anunciaram um avanço histórico: uma inteligência artificial capaz de identificar padrões biológicos complexos e propor novos caminhos terapêuticos contra o câncer — que já foram confirmados em células humanas vivas.
A descoberta vem da C2S-Scale 27B, uma das maiores e mais avançadas modelos biológicos de IA já criadas, construída sobre a arquitetura Gemma, da Google.
Essa IA conseguiu compreender o “idioma das células”, gerando uma hipótese que pode mudar o modo como a medicina lida com tumores resistentes à imunoterapia.
💡 Como funciona o avanço
O desafio central na oncologia moderna são os tumores “frios” — aqueles que escapam da detecção pelo sistema imunológico.
A C2S-Scale 27B descobriu como “aquecer” essas células tumorais, revelando mecanismos que as tornam visíveis às defesas do corpo.
Esse processo pode abrir caminho para novas terapias combinadas, em que medicamentos diferentes atuam em conjunto para ativar o sistema imune de maneira seletiva e segura.
🧫 A experiência: IA e laboratório lado a lado
Usando triagem virtual de contexto duplo, o modelo analisou mais de 4.000 medicamentos em amostras de tumores e células isoladas de pacientes.
Entre os compostos identificados estavam tanto fármacos conhecidos quanto moléculas inéditas, que nunca haviam sido associadas à imunoterapia do câncer.
Uma das descobertas mais promissoras foi o silmitasertib, um inibidor da quinase CK2.
A IA previu que o medicamento teria forte efeito imunológico apenas quando combinado com pequenas doses de interferon — e a hipótese foi confirmada experimentalmente pela equipe de Yale.
🧪 Nos testes com células humanas:
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Silmitasertib isolado → nenhum efeito.
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Interferon isolado → efeito mínimo.
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Combinação dos dois → aumento de 50% na apresentação de antígenos, permitindo que o sistema imunológico reconhecesse e atacasse as células cancerígenas.
🧠 Uma nova forma de fazer ciência
Mais do que apenas processar dados, a C2S-Scale 27B compreendeu o contexto biológico, revelando como as condições celulares determinam o sucesso de um tratamento.
O resultado simboliza uma mudança de paradigma: a IA deixou de ser apenas uma ferramenta analítica e passou a ser uma parceira ativa de descoberta científica.
“Este é um dos primeiros exemplos em que uma IA gera hipóteses biológicas e elas se confirmam em laboratório”, destacou o CEO da Google, Sundar Pichai, no X (antigo Twitter).
“Após os estudos clínicos, essa tecnologia pode apontar para novos caminhos promissores no combate ao câncer.”
🌍 O impacto para o futuro da medicina
A DeepMind acredita que modelos desse tipo poderão reduzir anos de pesquisa em farmacologia, permitindo que a IA funcione como um laboratório virtual — testando hipóteses e identificando interações biológicas impossíveis de detectar manualmente.
Esse avanço marca o início de uma era de medicina generativa, em que modelos de IA projetam e validam tratamentos com velocidade e precisão sem precedentes.
